- Nº 1719 (2006/11/9)

<br>Solidários com Emir Sader

Breves Intenacional

Decorre desde o início deste mês um abaixo-assinado de solidariedade com o professor e sociólogo brasileiro Emir Sader, recentemente condenado por um tribunal de São Paulo por alegadas injúrias, calúnia e difamação.
Em causa está um artigo publicado na página oficial da revista «Carta Maior» no qual Sader responde ao senador Jorge Bornhausen, autor da posterior queixa judicial. Bornhausen declarou que o Partido dos Trabalhadores do Brasil é «uma raça que deve ser extinta por 30 anos», afirmação que motivou a reacção escrita de Emir Sader.
O magistrado Rodrigo César Muller Valente determinou na sentença que Sader terá que «prestar serviços à comunidade ou entidade pública, pelo prazo de um ano, em jornadas semanais nunca inferiores a oito horas». Acresce que Rodrigo Valente obriga a Universidade de São Paulo a expulsar Sader dos seus quadros, na medida em que entende que «o réu abusou da condição de professor de uma universidade pública para praticar o crime, violando inequivocamente o dever com a administração pública».
No documento de repúdio pela deliberação judicial, os signatários sustentam que a decisão representa uma «total inversão de valores», um atentado contra a «liberdade de expressão» e uma acção cujo objectivo é «intimidar e criminalizar o pensamento crítico». Os promotores consideram ainda a sentença como «uma ameaça à autonomia universitária, a qual garante esta instituição como um espaço público de pensamento livre». «Ao impor uma condenação de prisão e perda de posto de trabalho adquirido por concurso público, está-se a fazer uma advertência a todos os que não se calam perante as injustiças», concluem.